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Biblioteca Cajuí recebe exposição “notas íntimas arbitrárias”

Por weberson dias. Em 01/11/18 09:06.

Exposição é do artista e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Regional Goiás, Emilliano Freitas.

 

O professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Regional Goiás, Emilliano Freitas disponibilizou para o público da Biblioteca Cajuí a exposição “notas íntimas arbitrárias” até o dia 30 deste mês. Com curadoria da professora do mesmo curso, Karine Oliveira, trata-se, como diz o próprio artista, de “exposição de desenhos e intimidades” dele.

 

Nota do expositor - Emilliano Freitas

Desde sempre tenho o hábito de carregar um caderno sem pauta pra tudo que é canto. Serve de agenda, diário, suporte pra rabiscar. É o que há de mais imediato entre minha cabeça e minha mão, sem pretensão de ser algo além de anotações e rabiscos. Decidi mergulhar em dez desses cadernos (e consequentemente rever minha trajetória) e arrancar algumas folhas pra entregá-las ao mundo. É como arrancar uma parte do meu coração e pregá-lo na parede, transformando meu mundo privado em público e minha intimidade em arte. Rabisquei em aulas, reuniões, conversas, viagens e restaurantes pra fazer da existência algo mais leve. Desenhar é um ritual que me cura dos males do mundo. Mais do que nunca é preciso desenhar pra fazer desse ritual íntimo uma manifestação coletiva. Apesar do ódio eu tenho papel e lápis, e essas serão minhas armas nessa guerra a favor da vida.

 

Nota da curadoria - Karine Oliveira

O arbitrário tem a ver com eventual. Memórias, ideias e percepções fervilham nossas mentes em cada momento da existência e o risco é um esforço de externá-las, eventualmente. Assim, risca-se para se concentrar em algo importante ou se desligar de algo tedioso, quando se deseja rememorar ou converter o momento em lembrança, ou ainda quando é preciso explodir ideias, sejam elas técnicas, subjetivas, ambiciosas e ansiosas. Acontece que o arbitrário não se baseia na lógica ou na razão, ele segue apenas o arbítrio de quem decide. “Notas íntimas arbitrárias” representam uma catarse biográfica do artista que as riscou, todas as obras vem de uma praxe de (quase sempre) se carregar um caderno sem pauta e decidir riscar em algum momento. É o retrospecto de um turbilhão de pensamentos e sentimentos vividos nestes anos recentes em que ocorreram inúmeras e intensas mudanças.

Nesse universo ordinário, “i. notas” desvelam performances habituais de arquitetura, cenografia e ensino (não necessariamente nesta ordem). “ii. intimas” exploram o subjetivo vivenciado no cotidiano. A praxe do dia a dia nos faz imergir ora em devaneios, ora em obviedades e automatismos. Não parece clara a mensagem dos riscos, até porque pode não haver mensagem alguma, mas vale lembrar que é precisamente nesses devaneios e automatismos que, muitas vezes, o inconsciente se expressa. Não há racionalizações, parecem e aparecem ensaios de composição, um flerte com o erótico, representações de botânica, talvez alguns desejos íntimos, talvez algumas perspectivas de ver o mundo. Os grafismos coabitam com desenhos de pessoas, em grande parte mulheres (dos quais se deriva uma coleção formidável de moda) e desenhos que parecem aleatórios, se entendermos aleatório como aquilo que é tão honesto que é como se fosse uma ligação direta entre a mente e o traço do artista, sem lá muitos filtros. Algumas mensagens já surgem um pouco mais explicitas em “iii. arbitrário”, o artista decide riscar também a palavra - tanto como composição gráfica, mas também se valendo do significado dos vocábulos - para mostrar seus juízos, sentimentos, percepções, provocações, sua ousadia e seu engajamento.

O arbitrário também recai na experiência do expectador. Cada um decidirá arbitrariamente como compreender as obras e quais percursos fazer nesta exposição, que tive o prazer de colaborar.

Confira abaixo alguns cliques! 

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(Crédito das fotos: Divulgação) 

Fonte: Weberson Dias

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