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VIII Conepec encerra com palestra de pró-reitor Jesiel

Por weberson dias. Em 20/06/19 15:02. Atualizada em 21/06/19 13:34.

O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG e docente do Instituto de Física, prof. Jesiel Freitas Carvalho, encerrou os trabalhos da 8ª edição do Congresso de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura da Regional Goiás da UFG, o Conepec, na Cidade de Goiás, na noite desta quarta-feira.

Em sua palestra falou sobre os desafios da pesquisa e inovação para a Universidade Brasileira. Para o pró-reitor, o Brasil ainda não realizou a inclusão efetiva da ciência em nossa sociedade e economia e apresentou dados do PIB investido em pesquisa e desenvolvimento, que no Brasil não ultrapassa 1%. Ainda de acordo com o professor, em nosso país dificultam o desenvolvimento da pesquisa empecilhos como a falta de massa crítica e tradição de pesquisa, as pesquisas estão nas universidades e não nas empresas e a nossa ciência é recente. “O número de pessoas envolvidas com pesquisa no Brasil ainda é muito pequeno e a conversão de conhecimento em desenvolvimento econômico e social requer essa superação”, afirmou ele.

Jesiel

 

Finanças

Antes da palestra, no período da manhã, no terceiro e último dia do Congresso, professores e estudantes deram continuidade em minicursos e aconteceu a oficina de modelagem em barro, ambos na UAECH.

O professor de Administração, Marcos Magalhães, foi coordenador do minicurso “Finanças Pessoais e Noções de Orçamento Familiar”. “Nosso intuito foi mostrar a relevância de um planejamento financeiro na vida das pessoas, a importância de saber utilizar o dinheiro, observar o perfil financeiro, se a pessoa está no nível de risco, moderada, conservadora, verificar as planilhas de orientações financeiras, observar a questão que envolve a melhor utilização do recurso na forma de investimento com vistas ao retorno financeiro e, por fim, despertar para uma orientação financeira com algumas oportunidades que o mercado pode apresentar”, frisou ele.

O estudante de Administração, Kleber Guerra, parabenizou o CONEPEC por ser fundamental para o desenvolvimento dos estudantes, assim como possibilita integração entre os cursos. “O minicurso nos auxiliou com a maneira de usar nossos recursos, que geralmente são tão poucos, pois a situação econômica e financeira do nosso país não está nada fácil”, observou.

Marcos

 

Negritude

Ainda na UAECH, dona Xica, quilombola do Alto do Santana, ministrou a oficina “Modelagem em Barro”. “É necessário valorizar cada vez mais os saberes ancestrais dos povos que vivem nessa terra. É crescimento ter oficinas como a de dona Xica, jongo e capoeira”, assegurou a participante e professora de Administração, Jaqueline Talga.

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No terceiro dia do minicurso “Hetero e Autoidentificação racial: o que a mestiçagem no Brasil tem a ver com isso?”, um dos palestrantes falou com a ASCOM. O entrevistado foi o professor da UEG, Euzébio Carvalho, para quem é relevante saber como o racismo funciona em nossa sociedade, para poder enfrentá-lo. “Nesse processo, a categoria “pardo” é um limite, uma fronteira. Não podemos abrir mão, contudo, que as cotas têm como destino o sujeito que mais sofre o impacto do racismo brasileiro que é o negro preto e que o negro pardo precisa ser entendido/identificado em relação com o negro preto. Ao lado disso, a educação antirracista precisa funcionar para impedir que as pessoas burlem as cotas para usurpar direitos que não são seus”, explicou.

Para a estudante de Administração, Joyce Cândido, o Conepec traz outra visão de Universidade para a sociedade: a de que a comunidade acadêmica busca gerar conhecimento e não balbúrdia. Sobre o curso a que se refere Euzébio, a estudante conseguiu esclarecer dúvidas e acabar com preconceitos que ainda possuía. “O evento foi ótimo, superou minhas expectativas, além do que trouxe a novidade do registro via QR Code, pela organização”, assegurou.

 

Dialogando

À tarde, deram seqüência à apresentação de trabalhos nas salas de aula da UAECSA.

Professor do curso de Arquitetura, Emiliano Freitas, vê o Conepec como um diálogo com as produções acadêmicas da cidade e de outras localidades. “Precisamos entender que a universidade não é apenas ensino, mas que ela faz parte desse tripé de ensino, pesquisa e extensão e o quanto isso é importante para a formação do estudante. Apenas a sala de aula, não basta”, disse.

Emiliano

A indígena Juvana Xakriabá, estudante de Direito, apresentou um trabalho acadêmico pela primeira vez. “É de suma importância para gente, enquanto representante indígena, trazer a realidade do nosso povo, falar sobre o modo de construção, a nossa vivência, o nosso contexto geopolítico e as demandas territoriais que a gente vivencia. É mais um relato de experiencia que a gente vive nas nossas bases e essa diversidade é a que realmente faz a diferença”, militou ela. Em seu modo de pensar, Juvana diz que o acadêmico junto à sociedade faz com que as pessoas reflitam e busquem novas ferramentas para contribuir com seus cursos. “A gente espera que a universidade se amplifique e se adeque para que possa receber essa diversidade de pessoas, cultura, gênero, e que as pessoas consigam viver neste espaço”, arrematou.  

 

Morro

Por volta das 18h30, o professor Rodrigo Bombonati divulgou Nayara Gonçalves como a vencedora do concurso cultural para a escolha da logo do Projeto de Extensão “Jazz na Boa”. A premiação aconteceu no hall do Cine Teatro São Joaquim, antes da terceira conferência do Conepec. Além da divulgação da logo do projeto, Nayara conquistou dois livros, sobre jazz e Direitos Humanos, um certificado e um jantar pra duas pessoas no Lago das Acácias. Após o comunicado, a vencedora deu entrevista no programa de rádio que tem à frente o professor Bombonati.

Nayara

"Minha inspiração pro desenvolvimento dessa proposta de logo foi a própria atmosfera urbana de Vila Boa: o cheiro que a madrugada tem aqui, as estrelas que no céu da noite parecem existir só aqui, a iluminação amarelada dos lampiões do centro histórico, os becos alcoviteiros que conduzem pra grandes largos que descortinam ambientes que parecem terem sido colocados ali justamente pra surpreender quem se arrisca a desbravar. Utilizei como principais elementos o chafariz de cauda e o Saxofone pra representar a junção dos dois universos que se juntam pra formar um novo universo em Goiás, entendendo o Jazz como um meio de transporte da alma pra um universo repleto de energia e sensualidade", explicou Nayara. 

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Logo vencedora do concurso

 

A noite, por volta das 22h, o PET Vila Boa organizou uma confraternização de encerramento pra lá de animada no Morro do Macaco Molhado. Localizado no alto de uma colina, o bar, além de tradicional, é parada obrigatória para jovens e ficou conhecido pelas badaladas festas de xote pé-de-serra e jogos de luzes, que embalou a comunidade local noite a fio. O comando ficava por conta de seu proprietário Nim (In memoriam).

 

Contribuíram nesta reportagem:

Texto: Ana Maria Maia (Serviço Social) e Daniela Santos (Direito)

Fotografias: Nicoli Ferreira (Direito), Cáritha Bueno (Direito)

Fonte: Weberson Dias

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