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Regional Goiás recebe turma especial de Direito

Por weberson dias. Em 11/07/16 10:48.

O segunda turma do curso de Direito é especialmente voltada para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares. 

 

No mês de junho a Regional Goiás da UFG recebe a 2ª Turma Especial de Direito voltada para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares. Para recepcionar os novos estudantes foi realizado o Seminário “Tempo de Chegada” da 2ª etapa do Tempo Universidade, com mesa de abertura, debates, aulas e momentos de formação com convidados externos, na Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas.

A segunda turma do curso de Direito da UFG, por meio do Pronera, é voltado para assentados da Reforma Agrária, agricultores familiares e/ou filhos dos trabalhadores rurais. A primeira turma especial de Direito carregava o nome do professor Evandro Lins e Silva e foi iniciada em 2007. Em 2012, a Regional formou um total de 57 bacharéis em direito de 19 estados brasileiros.

Em 2015, a UFG realizou o segundo vestibular para a segunda turma, que ofertou 60 vagas e no qual ingressaram  estudantes de 12 Estados brasileiros, na faixa etária 16 a 54 anos. A diretora da Regional Goiás da UFG, Maria Meire de Carvalho, vê com bons olhos a chegada da nova turma. Para ela, a oferta desta turma é uma conquista dos movimentos sociais e da Regional Goiás que também lutou para que a abertura da turma se efetivasse. “Para a regional é um presente, um aprendizado, troca de experiências e aprendemos muito. É o momento em que a universidade, como diz o movimento, se veste povo. Ficamos felizes ao ver que a Regional está cumprindo seu papel de inclusão social e tornando-se mais alegre e colorida com o grupo que só tem a contribuir" comemorou.

Natural do município de Santa Maria da Boa Vista (PE), Ananda Natyelle Nunes, veio de um acampamento composto por cerca de 50 famílias. “O curso representa a universidade nos aceitando e dialogando com nosso movimento e reconhecendo a nossa luta pela reforma agrária como algo importante e necessário para o Brasil”, disse a pernambucana.

Assim como Ananda, é Daniella Almeida, filha de camponeses do Assentamento Egídio Brunetto, município de Guaraci (SP), ela acredita que chegar à universidade pública faz parte da identidade de luta e já faz planos para quando se formar. “Quero continuar trabalhando no campo, ajudando a comunidade e contribuindo para que outras famílias conquistem seu pedaço de chão e sua emancipação e espaço. Vou dar continuidade à luta, que não para nunca!”, ressaltou.

 

2a turma de Direito para Agricultores Familiares e Beneficiários da Reforma Agrária

Mesa de abertura dos trabalhos do seminário realizado com a 2.ª turma 

 

Compromissos

A coordenadora estadual do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera/Incra), Marília Barreto lembrou a importância da parceria e assegurou que a formação serve como um pilar para o desenvolvimento sustentável das comunidades. “Os egressos podem atuar após formados nos conflitos que ocorrem nos assentamentos, naqueles vivenciados pelas famílias em relação ao Estado e auxiliando as cooperativas com apoios jurídicos, além de uma gama de possibilidades”, afirmou Marília Barreto.

Compromissos que foram assumidos pelo jovem William Clementino. Natural de Wanderlândia (TO), o estudante da turma deixou a família em outro Estado para se dedicar aos estudos, durante os três meses de Tempo Universidade. “Nosso grande desafio é somar nossa vivência com o conhecimento acadêmico-científico e, a partir desse conhecimento e sob a perspectiva do direito, influenciarmos na transformação da vida dos agricultores familiares e camponeses”, disse. Demonstrando ansiedade e expectativa, William declarou que o ingresso da turma na universidade, além de contribuir para Regional, fortalece a estratégia dos movimentos sociais. “Apesar de sermos constantemente violentados em relação a nossos direitos, queremos o tratamento que merecemos e sermos sujeitos de nossa própria transformação e, consequentemente, da sociedade”, observou.

 

 

Fonte: Weberson Dias/ ASCOM da UFG Regional Goiás

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