
Filme de docente do CG está entre as melhores produções no FICA 2021
"Primavera púrpura", de Silvana Beline, está em exibição no 22º FICA, em Goiás
O filme "Primavera púrpura", com direção da professora Silvana Beline, do Câmpus Goiás da UFG, está entre os oito melhores filmes que competiram na 22ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). Foram inscritos 545 filmes e selecionadas 52 produções cinematográficas para o festival. Além de filmes brasileiros, trabalhos da França/Reino Unido, Sérvia e Irã também estão entre os escolhidos pelo júri. O "Primavera Púrpura” é um filme que retrata a trajetória de luta e sensibilidade da egressa do curso de Direito do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), Rosângela Piovezani Cordeiro, mulher camponesa que, aos 54 anos de idade, decide fazer graduação em uma universidade pública. Sua trajetória é marcada por ações que visam os direitos das mulheres do campo, das florestas e das águas, sendo retratada a partir dos enfrentamentos em várias instâncias de poder.
O filme está inserido na mostra da categoria Washington Novaes, que contempla filmes (curtas e longas-metragens) de todo o mundo com temática ambiental.
O filme está disponível online no link: http://www.ficafestival2021.com.br/video/primavera-purpura
No mesmo link, encontra-se o botão de votação da participação do filme no FICA 2021.

Em conversa com a professora Silvana Beline, as primeiras ideias do filme surgiram quando a ainda aluna do Direito/Pronera, do Câmpus Goiás da UFG, Rosângela Piovezani Cordeiro, que trabalha e sobrevive da agroecologia, utilizava o espaço da Unidade Acadêmica Especial de Ciências Humanas (UAECH), no Colégio Santana, para fazer as suas plantações, como alface, couve, abóboras e etc. Beline lembra que Piovenazi só conseguiu começar os seus estudos após os seus 37 anos de idade, e que, aos 54 anos, conseguiu aprovação para ingressar no curso de Direito/Pronera do Câmpus Goiás. E isso chamou a atenção da professora Silvana, que fez o convite à egressa para fazer o filme. Beline destaca que Rosângela é uma mulher muito forte e, ao mesmo tempo, sensível. Silvana também lembra que o filme mostra toda a lida que a ex-estudante passou durante a graduação na cidade de Goiás. Desde o seu trabalho no campo até o transporte à UFG para estudar.

Beline lembra que o filme mostra a luta de Cordeiro, que faz parte do Movimento Mulheres Camponesas, na Câmara dos Deputados em defesa das mulheres camponesas, das florestas e das águas. A egressa também esteve na linha de frente na Marcha das Margaridas, que reuniu cerca de 120 mil mulheres em Brasília, e que puxou o primeiro caminhão do movimento na capital federal.
A professora finaliza dizendo que a lógica central do filme é mostrar a força da mulher camponesa e como essas mulheres estão lutando por seus direitos, e que a Rosângela representa na produção, todas essas mulheres.

Também, em conversa com Rosângela Piovenazi Cordeiro, ela começa agradecendo à professora Silvana Beline por ter participado da produção cinematográfica e da importância que foi para a sua vida, a sua família e da sua luta nos movimentos que defende. A egressa lembra que o filme retrata a vida de uma família camponesa, do seu trabalho diário na roça e com os animais, e dos afazeres domésticos. E que esta família não fica alheia ao que acontece no país, participando ativamente do Movimento das Mulheres Camponesas, em defesa dos direitos das mulheres e do povo.

Piovenazi destaca que a produção ficou fiel ao que ela pensa e defende. O filme traz, na sua personagem principal, o processo de construção coletiva na luta do povo. Rosângela destaca também a sua alegria pelo fato do filme servir de inspiração a outras pessoas, principalmente às mulheres camponesas do país. Cordeiro destaca a importância que o filme deu ao PRONERA e à defesa da universidade pública.

Hoje, Rosângela vive no entorno de Brasília, é aposentada rural e continua na frente do Movimento Mulheres Camponesas, e com o título de bacharelado em Direito, ela tem mais condições de ajudar outras mulheres em situação de violência, orientação sobre previdência rural.
Fonte: Ascom/CG
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