Relato sobre mobilidade estudantil AUGM

Por Thays Luzia. Em 14/02/23 10:40. Atualizada em 14/02/23 10:41.

Aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo relata sua experiência na Mobilidade Estudantil AUGM

Confira abaixo o relato do aluno Renan Mendes Oliveira do aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus Goiás sobre o período de intercâmbio na Mobilidade Estudantil AUGM no semestre passado.

No começo foi bem conturbado, pois ainda estava me habituando ao idioma, ao ritmo da cidade, às pessoas, a estar sozinho e sem suporte físico, a estar fora do meu ambiente de conforto no geral, mas após alguns perrengues consegui me adaptar e aproveitar cada vez mais essa experiência que me trouxe muitos ensinamentos!

Desde que cheguei no território argentino, a comunidade acadêmica da Universidad Nacional de Córdoba, UNC, em especial da Faculdad de Arquitectura, Urbanismo y Diseño, FAUD deram todo suporte que precisava, me auxiliando a procurar uma residência para me estabelecer no período do intercâmbio, na integração com outros estudantes, tanto estudantes argentinos, como também outros estudantes de mobilidade, na paciência para entender meu humilde espanhol e em todo processo letivo da faculdade.
Nós estudantes, assim que chegamos, participamos de várias dinâmicas organizadas pela faculdade para que nos sentíssemos mais pertencentes ao novo ambiente e que nos ajudaram muito a estabelecer um grupo de apoio durante o período de intercâmbio. Uma das dinâmicas foi o sistema de apadrinhamento, para termos um suporte constante em todo período letivo, muito similiar ao que existe na UFG.

O corpo docente foi excelente! Me ajudou sempre em todas as questões que precisava se mostrando muito atento a minha evolução ao decorrer das aulas. Tive um troca de informações muito boa com os professores, nos quais, estavam sempre curiosos em saber como fazíamos os processos arquitetônicos aqui, perguntavam como eram as universidades ou se eu já tinha visto obras de arquitetas/os famosos aqui no Brasil, como Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Rosa Kliass, Burle Marx ou Niemeyer. Nossa arquitetura era sempre muito valorizada por eles.

Aprender sobre a arquitetura do país/região e seus métodos construtivos, foi uma grande surpresa muitas coisas, mas a que eu achei mais curiosa é que não há obrigatoriedade de por janelas em banheiros, então é muito comum em prédios, casas, lojas, os banheiros apenas terem tubulações internas para as trocas de ares.
Quando cheguei não sabia disso, então em uma das primeiras atividades que fiz, no qual foi arquitetar um estúdio (monoambiente em espanhol) de um edifício de arquitetura social, fiquei vários dias pensando em como dispor os ambientes e os mobiliários no espaço, combinando um banheiro ventilado, uma sacada e um ambiente geral bem iluminado e com uma boa visibilidade de uma praça que tínhamos projetado para que ficasse em frente ao edifico. Enfim, quando cheguei na solução um dia antes do prazo de entrega da atividade, fui ver que não precisava da janela do banheiro, me atrasei todo.

Durante as aulas ouvi falar de muitos arquitetos, mas um especial que gostei bastante foi Jorge Mario Jáuregui, arquiteto argentino, porém trabalha a mais de 15 anos em movimentos sociais nas comunidades do Rio de Janeiro.

Quando estava no processo de escolhas das matérias que iria cursar, ainda no Brasil, optei por várias, pois queria aproveitar ao máximo essa oportunidade, porém, já em contato com a universidade, foi orientado a pegar menos materiais, uma vez que o ritmo era diferente e as matérias muito densas, e foi exatamente o que aconteceu, acabei optando por três materiais: Arquitectura (seria o nosso Projeto Arquitetônico); Construcciones (seria o nosso Sistemas Estruturais) e Inglês voltado para a arquitetura. Neste último, líamos e estudávamos em inglês obras arquitetônicas de todo mundo (essa foi difícil demais rs, pois estava aprendendo o espanhol ainda, então foi um grande desafio conciliar os dois idiomas).
Outro ponto importante é a cidade de Córdoba, uma cidade grande, com muitas oportunidades, movimento, diversidade, lugares para visitar, como: parques, museus, praças, eventos, feiras. Cheia de ativismo, enfim, um lugar com uma vida enorme. O transporte Público também é super fácil de utilizar e bastante econômico, A embaixada brasileira também é muito eficaz e atenciosa. Além disso, Córdoba fica praticamente no ponto médio da Argentina, possibilitando viagens com mais facilidades para qualquer direção.

Enfim, termino dizendo que a experiência foi muito rica, tive a oportunidade de ter contatos com estudantes de diversos países, aprender sobre diferentes culturas, culinárias, músicas, festas, principalmente de nossos “hermanos”, pude comparar os diferentes estilos arquitetônicos e modos construtivos, estar presente em outra dinâmica de ensino, aperfeiçoar o espanhol e com certeza muitos outras coisas mais. Agradeço a UFG e a todos envolvidos que fizeram essa mobilidade ser possível.

Agradecemos ao aluno pelo relato e parabenizamos pela experiência. Reforçamos a importância de oportunidades como estas para o enriquecimento não apenas da formação acadêmica do aluno, como também das possibilidades de diálogo e trocas entre instituições que integram a América do Sul com desafios socioeconômicos e territoriais muito próximos.

A AUGM engloba universidades de seis países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai com o intuito de fomentar ações de Ensino, Pesquisa e Extensão. Destaca-se que é uma das principais parcerias de internacionalização no Campus Goiás. Convidamos todos os alunos que demonstrarem interesse em realizar uma mobilidade acadêmica estudantil AUGM, que entrem em contato com a CAI-Goiás e com a SRI.

Mobilidade do aluno Renan