Acontece na UFG

Egressa do Campus Goiás é aprovada em 1º lugar em Programa de Pós-Graduação CAPES 7

Por Bruna Marcela Inácia de Souza. Em 04/07/23 17:46. Atualizada em 04/07/23 17:47.

Motivo de muito orgulho para o Curso de Serviço Social

A formanda 2022.2 do Curso de Serviço Social da UFG - Câmpus Goiás, Samara Santos Silva, obteve a primeira colocação dentre 15 (quinze) aprovações no processo seletivo do Programa de Estudos Pós-Graduados (PEPG) em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com nota 7 da CAPES.

Samara é motivo de orgulho para o Curso de Serviço Social e toda UFG, sobretudo o Câmpus Goiás, por sua dedicação no ensino, extensão e pesquisa. E, para conhecermos um pouco mais sobre o percurso de Samara até sua aprovação em um programa de excelência e referência, a Assessoria de Comunicação do Câmpus Goiás a entrevistou. Confira a nossa conversa!

 

Samara, nos conte um pouco sobre sua trajetória de vida, sobretudo no curso de Serviço Social da UFG - Câmpus Goiás.

Bom, eu sou natural de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo e desde o período do Ensino Médio tinha o objetivo de ingressar em uma Universidade Pública. Sempre tive afinidade com o estudo, em especial, com as ciências humanas e sociais. Na época do vestibular eu soube do curso de Serviço Social e me interessei muito por toda a proposta que este curso propõe na formação das/os Assistentes Sociais. No entanto, eu não imaginava que meu futuro acadêmico estaria à 16h de carro de distância ou então 26h de ônibus para os aventureiros. Foi uma conquista do início ao fim que só foi possível graças ao apoio incondicional da minha família: do meu pai Matias, minha mãe Sandra, meu irmão Samuel e minha irmã Sabrina. Eles sempre se fizeram, e fazem, presente nesta formação. Cabe destacar que o Curso de Serviço Social da UFG/Campus Goiás é o único curso público de Serviço Social no Estado de Goiás, isto faz com que, para além da responsabilidade com o ensino crítico, fique nítido a importância de defendermos a autonomia da UFG/CG e de seus respectivos cursos, pois este Campus vem possibilitando o acesso ao ensino e a formação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento aliadas/os à justiça social.

 

Qual a contribuição da sua formação em uma instituição de ensino superior pública como a Universidade Federal de Goiás, especialmente em um câmpus interiorano como o Câmpus Goiás?

Na minha perspectiva não tem como refletir a formação sem pensar o território que estamos inseridos. A Cidade de Goiás, na mistura de seu cenário urbano e rural, na melancolia entre o bucólico e o moderno, possui dimensões maiores do que se possa ver a olho nu. A relação Universidade e Sociedade acontece de forma intensificada entre UFG/CG e a comunidade vilaboense, possibilitando uma formação crítica, consciente e atenta às emergências atuais. Estas trocas são postas pelo contexto de ensino, pesquisa e extensão vivenciados de forma indissociável no Ensino Superior Público, o que coloca a UFG – docentes, discentes, técnicos administrativos – num árduo compromisso com a formação. Estarmos localizados a 140km da capital promove um constante embate que culmina em deliberações em diferentes espaços, sendo necessário a articulação dos estudantes na defesa de seus interesses. E com isto, reforço todo o apoio ao Movimento Estudantil de Serviço Social (MESS) da UFG/CG que através das gestões do Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS) – Carlos Marighella e articulado com os outros CA’s do Campus lutam pela defesa da educação pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada, anti-LBGTfóbica, anti-capacitista e anti-facista.

 

Como foi o seu processo de escolha para o programa de pós-graduação?

Tudo começou durante o processo de escrita do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação (TCCG) na modalidade de Monografia, o qual foi apresentado em fevereiro de 2023 e aprovado com nota 10 pela Banca composta pela Profa. Dra. Selma Aparecida Leite de Andrade (Orientadora/Presidente), Profa. Dra. Tereza Cristina Pires Fávaro (Titular), Ms. Franciele Oga Moreira (Titular) e Profa. Dra. Janaina Tude Seva (Suplente). Nesta trajetória de pesquisa eu busquei descortinar o percurso de construção da Acessibilidade da Pessoa com Deficiência (PcD) no Ensino Superior Público da Cidade de Goiás-GO. É importante frisar que as inquietações propostas na pesquisa surgiram em decorrência do período em que atuei enquanto Monitora Bolsista do Programa Institucional de Acesso, Participação e Aprendizagem de Estudantes com Deficiência (PIAPAED) do Núcleo de Acessibilidade (NA) da UFG/Campus Goiás durante 1 (um) ano e meio. Nesse sentido, a pesquisa da monografia, que contou com a orientação da Profa. Dra. Selma Aparecida Leite de Andrade, percorreu o caminho da pesquisa documental, bibliográfica e de campo. Em seu desenvolvimento, eu passei por todos os trâmites éticos de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFG para realizar a inserção no campo de investigação. Esse movimento, corroborado pelo incansável apoio da Profa. Dra. Selma Leite, me motivou a seguir, com disposição e coragem, o caminho da pesquisa. Afinal, mesmo sabendo que “todo começo é difícil em qualquer ciência” (K. Marx), ousamos continuar.

 

Nos conte um pouco sobre o projeto aprovado em primeiro lugar no Programa de Estudos Pós-Graduados (PEPG) em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)?

O projeto aprovado no Processo Seletivo do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGSS-PUCSP) propõe ampliar as discussões iniciadas na graduação a respeito da acessibilidade no Ensino Superior Público atrelado à inserção das/os Assistentes Sociais neste espaço. O Processo Seletivo no PEPGSS-PUCSP é composto por duas etapas: prova discursiva (redação) e entrevista. No entanto, no ato da inscrição a/o candidata/o deve anexar alguns documentos, dentre eles, o projeto.

 

Quais as suas expectativas em relação ao período de experiência em um Mestrado Capes 7?

É importante dimensionar que o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo possui especificidade no âmbito do Serviço Social brasileiro, latino-americano e internacional. Na minha perspectiva, a imersão neste espaço de formação representa a possibilidade de agregar a história com a experiência. Por sua trajetória e excelência acadêmica, o PEPGSS-PUCSP, carrega o posto de ser o primeiro, em nível de mestrado e doutorado, no Brasil e na América Latina. Em suas últimas cinco décadas, seu protagonismo enquanto instituição é dado através dos diversos profissionais que passaram e ainda passam pelo programa e que buscam garantir uma formação democrática e atenta. Assim sendo, o PEPGSS-PUCSP é o solo fértil para as discussões específicas e amplas relacionadas ao Serviço Social e que estejam alinhadas ao Projeto Ético-Político Profissional. Portando, vislumbro que essa trajetória será significativamente enriquecedora no meu processo de formação, suscitando em uma experiência singular.

 

Você acha que a sua trajetória acadêmica pode ser uma inspiração para outros discentes do curso de Serviço Social da UFG - Câmpus Goiás? Quais as dicas que você pode dar a eles?

Eu acredito que meu percurso de formação pode ser visto como uma inspiração para aquelas/es que, como eu, buscam seguir a área acadêmica, mas não faço de forma depreendida da realidade. Como eu disse no começo, eu pude me inserir em diferentes espaços da formação graças ao imensurável apoio dos meus pais e irmãos. Por ter as condições objetivas necessárias, por não ter sido estudante e trabalhadora, eu percorri variados espaços nesses quatro anos de graduação em Serviço Social, me comprometendo fortemente em todos que ocupei, sendo: Membra do Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS) Carlos Marighella (2020-2022); Membra da Comissão Gestora Regional da Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (Enesso) - Região IV (2021-2022); Representação discente no Colegiado do Curso (2019-2022); Representação discente no Colegiado de Unidade (2020-2022); Representação discente no Núcleo Docente Estruturante do Curso de Serviço Social (2020-2022); Representação discente na Comissão Ampliada de Estágio em Serviço Social (2020-2022); Representação Discente da Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) (2021-2022), além dos projetos de ensino, pesquisa, extensão entre outros. E com isto, e justamente por percorrer estes espaços, eu defendo a urgência de ações que de fato viabilizem a permanência de todas/os estudantes na graduação e que criem condições das/os discentes irem sempre além da sala de aula, somado com a necessidade de ampliação e reajuste das bolsas dos Programas de Pós-Graduação para que seja possível, antes de tudo, sonharmos com os espaços que queremos e desejamos ocupar. E, posto como fundamental, a necessidade de entendermos a pesquisa também como trabalho, buscando sempre apoiar nossas/os companheiras/os pesquisadoras/es e cobrar dos órgãos responsáveis a manutenção das bolsas de pesquisa e permanência. Faço meus votos para que todas/os sigam firmes naquilo que acreditam! Conte sempre comigo, Comunidade UFG/CG!

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Samara Santos Silva, egressa do Curso de Serviço Social da UFG/CG.

 

Agradecemos a Samara por nos ter cedido a entrevista e compartilhado um pouco de sua trajetória e perspectiva de vida no ambiente universitário. A comunidade UFG te saúda e deseja sucesso em sua caminhada acadêmica.

Para aqueles que chegaram até aqui, nós esperamos que essa história sirva de inspiração para não somente continuarem caminhando, mas também como forma de vislumbre de um sonho, de realizarem inúmeras tentativas naquilo que acreditam e de se apoiarem no que a Universidade Federal de Goiás pode oferecer com um ensino público, gratuito e de qualidade socialmente referenciada.

Fonte: ASCOM | Câmpus Goiás

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