Campus Goiás com UNE

UFG – Câmpus Goiás participa de Congresso histórico da UNE com presença de Lula

Por Lidiane Cortez. En 18/07/25 14:05 . Actualizado en 18/07/25 14:05 .

O dia 17 de julho de 2025 entrou para a história da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da educação brasileira. Milhares de estudantes de todos os 26 estados e do Distrito Federal lotaram o Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal para recepcionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) com um discurso marcado por emoção, firmeza política e defesa intransigente da educação pública

A chegada do presidente foi celebrada com entusiasmo pelos presentes, que entoaram em uníssono: “o Brasil se escreve com S, de soberano”. Lula teve sua fala interrompida diversas vezes por aplausos e palavras de ordem que reforçavam a força do movimento estudantil. Durante o evento, o presidente sancionou duas leis que reforçam o compromisso do governo federal com o acesso e a permanência de estudantes nas universidades públicas: a alteração da Lei nº 12.858/2000, que inclui as políticas de assistência estudantil entre as prioridades do Fundo Social, e mudanças na Lei nº 14.914, que garante recursos para estudantes beneficiados por ações afirmativas.

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Representantes do Câmpus Goiás também marcaram presença

Entre os participantes do congresso, estiveram presentes a vice-diretora da UFG – Câmpus Goiás, Elisandra Carneiro de Freitas Cardoso, e os(as) professores(as) Alessandra Gomes de Castro, Silvana Beline e Hélio Simplício Rodrigues Monteiro, também do Câmpus Goiás. A participação dos docentes demonstra o comprometimento da unidade com os debates nacionais em defesa da educação pública, da soberania e da formação cidadã dos estudantes.

Em tom combativo, mas também paternal, Lula revisitou marcos importantes da sua trajetória política e pessoal, relembrando a criação do Prouni e do Fies — medidas duramente criticadas à época, mas que hoje são responsáveis por transformar realidades em todo o país. “Tenho orgulho de dizer que fui o presidente que mais criou universidades e escolas técnicas na história do Brasil”, afirmou.

Lula destacou que não há neutralidade quando se trata de política e convocou os estudantes a se engajarem nos debates públicos. “Não tem nada mais ignorante do que dizer que não se é político. Somos políticos desde o dia que nascemos”, disse. Ele também provocou reflexões sobre a soberania nacional, a influência de potências estrangeiras e o papel do Brasil na agenda ambiental global. “Querem dar conselhos, mas não aceitaremos determinação. A Amazônia tem dono, e o dono é o povo brasileiro.”

O presidente incentivou a UNE a ampliar sua atuação, indo além dos muros da universidade. “Montem equipes para conversar com a juventude das periferias. A disputa de consciência não pode ser feita apenas por algoritmos. Eu quero uma sociedade de humanistas”, declarou, em crítica direta ao avanço da desinformação e ao uso político das redes sociais.

A presença de Lula foi acompanhada por uma expressiva comitiva ministerial. O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou os desafios enfrentados para reconstruir o MEC e prometeu garantir sustentabilidade orçamentária para as universidades. Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reafirmou o compromisso com a soberania nacional e a valorização da juventude. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu que políticas culturais devem ser garantidas como direito do povo. E Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, conclamou os jovens a resistirem às tentativas de sequestro simbólico das cores e valores nacionais.

A presidenta da UNE, Manuella Mirella, filha de uma empregada doméstica e de um feirante, emocionou o público ao denunciar as ameaças à soberania brasileira e à juventude. Ela apontou o risco do crescimento das casas de apostas entre os jovens e defendeu a regulamentação urgente do setor. “Somos nós, estudantes, que sempre estivemos à frente das lutas populares. Conte conosco para defender o povo brasileiro”, afirmou.

A reitora Angelita Pereira de Lima destacou a sensibilidade de Lula em manter a agenda mesmo após o trágico acidente com estudantes da UFPA, ocorrido na véspera. “O valor histórico da presença do presidente é incalculável. Lula é um estadista raro, mas também um educador sensível, capaz de tocar a juventude com palavras que formam e inspiram”, disse.

O 60º Conune foi muito mais que um congresso estudantil. Foi um ato de afirmação da democracia, da soberania nacional e da centralidade da educação na construção de um Brasil mais justo. No coração do país, estudantes, professores, ministros e o presidente da República reafirmaram o compromisso de não deixar ninguém para trás — e de manter de pé, com voz e coragem, a universidade pública, gratuita e de qualidade.

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