Mesa de debates na UFG Regional Goiás discute combate ao Aedes Aegypti
O objetivo do evento foi mobilizar servidores, estudantes e docentes na luta diária contra o mosquito, capaz de transmitir até três doenças.
Com o intuito de alertar sobre os riscos da Dengue, Chikungunya e Zika, a UFG Regional Goiás, em parceira com a Secretaria Municipal de Saúde, CAXIM e CASS Carlos Marighella, realizou na noite desta quarta-feira, dia 9, a mesa de debates “Meio ambiente e Saúde”, no pátio da UAE de Ciências Sociais Aplicadas. O evento, cuja finalidade foi mobilizar estudantes e docentes na luta diária contra o mosquito Aedes Aegypti, contou com a participação dos professores da Regional Ionara Rabelo (Filosofia e Serviço Social), Fernanda Sousa (Direito) e Welson Santos (LEdoC), bem como Gilberto David Filho, diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, e a jornalista e pesquisadora de Zika pelo Mestrado em Comunicação da UFG, Dagmar Talga.
Durante sua fala, o diretor municipal de Vigilância em Saúde, Gilberto David Filho apresentou a sintomatologia da Dengue, Chikungunya e Zika, bem como os cuidados básicos das equipes de saúde no trato com os pacientes. “A Dengue tem como forte caraterística a dor muscular, a Chikungunya a dor nas articulações e a Zika agrega as duas dores, muscular e articular”, explicou ele, acrescentando que nos últimos anos os números de casos notificados com as doenças têm aumentado, assegurando que o melhor caminho é a prevenção em não deixar água parada em calhas, fossas, banheiros desativados.
Lixo
Ao fazer uso da palavra, a docente de Direito, Fernanda Sousa, abordou o tema “O Direito Individual e Coletivo”. Segundo a professora, o direito da equipe de adentar no domicílio, que é um direito fundamental e inviolável confronta-se com outro direito fundamental, o da saúde. Essa situação leva ao choque de direitos igualmente importantes sendo necessário promover uma ponderação no caso concreto. "Em casos de alerta como a dengue, o juiz expede a autorização judicial para que os agentes de endemias entrem no que chamamos de 'locais pendentes', onde está fechado ou o morador não permitiu a entrada do agente, ou ainda, se houver legislação municipal que autorize a entrada dos agentes é dispensável autorização judicial, como é o caso da cidade de Goiás", explicou a professora Fernanda Sousa.
Com o tema “O lixo e suas consequências para o Meio Ambiente e Sociedade”, o professor do LedoC, Welson Santos, trouxe dados espantosos do acúmulo de lixo no mundo, América Latina e Brasil. “Muitas toneladas de lixo em todo o mundo tem um destino inadequado”, alertou. Santos contou também a experiência, realizada em 2013, com uma turma de 50 alunos para que todos procurassem focos do mosquito em casa e trouxessem. “No dia seguinte, dos 50 estudantes, 49 levaram para a aula larvas do Aedes. Apenas um não levou”, contou. “É uma questão de cultura, um desafio, um compromisso de cada cidadão, de acreditar que a mudança do mundo começa a partir de mim”, assegurou.
Riscos
Com o objetivo de traçar um panorama dos “Aspectos psicossociais da Zica”, a professora Ionara Rabelo destacou em sua fala que o mosquito representa um risco que pode impactar gerações. Esclareceu também que muitos casos estão sem confirmação e que provavelmente já tenham casos em Goiânia, embora não estejam com laudo laboratorial. “Os principais desafios, neste momento, são facilitar o acesso à informação e eliminar os criatórios do mosquito. Vale lembrar que é um problema de todos e não apenas da equipe de Saúde e que o bloqueio já pode ser feito”, afirmou Ionara. A docente apontou ainda um caminho para os casos suspeitos. “No ato da consulta, a riqueza de detalhes é muito importante e nas redes sociais, todos devem ter o cuidado para não compartilhar informações desencontradas”, ressaltou a professora Ionara Rabelo.
Por fim, a jornalista e pesquisadora de Zika pelo Mestrado em Comunicação da UFG, Dagmar Talga, explicou que muitos dos inseticidas e larvicidas podem conter venenos que podem gerar deformidades nos seres humanos. Dagmar levantou também a hipótese que a microcefalia nos bebês pode ser resultado da ação de venenos nas plantações das comunidades e não da Zika, como muitos veículos de comunicação apregoam. Por fim, a professora afirmou que muitos desses venenos financiam campanhas eleitorais de políticos que são também donos de mídia no Brasil.
Ao final das explanações dos componentes da mesa, aconteceu a apresentação do Trio Araguaia, que tem em sua composição o servidor da Regional, Felipe Rodrigues da Cunha.
Fonte: Weberson Dias/ ASCOM da UFG Regional Goiás
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