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Roda de Conversa na Regional coloca em pauta a Transexualidade

Por weberson dias. Em 16/03/16 17:50.

O palestrante principal foi o estudante Nícolas Augusto, militante LGBT e o primeiro transexual a ingressar na Regional no curso de Filosofia.

 

Na noite desta terça-feira, dia 15, aconteceu a segunda roda de conversa em alusão ao dia da Mulher. Na pauta, a Transexualidade discutida com professores da regional, representantes do movimento LGBT e estudantes dos cursos de Direito e Serviço Social da Regional Goiás. O principal palestrante da noite viabilizado pelos estudantes foi Nícolas Augusto, militante LGBT e o primeiro transexual a ingressar na Regional como estudante do curso de Filosofia (UFG/RGoiás).

No Auditório da Unidade Especial de Ciências Humanas, estiveram presentes na mesa a professora Maria Meire de Carvalho, diretora da UFG Regional Goiás, coordenadora do G-Sex e professora da disciplina “Gênero, Sexualidade e Cidadania” do curso de Serviço Social; a professora do Direito, Silvana Beline; os discentes da UFG, Danilo Oliveira e Janaína Rosário (Serviço Social/ Rgoiás), e também militante LGBT, Gustavo Borges (Direito/Goiânia);

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Discursos

Na abertura, a estudante de Serviço Social, Beatriz Nunes fez a leitura do poema Transcender de Thiago Uchôa. Em seguida, formou-se a mesa diretiva dos trabalhos. A estudante Janaína Rosário iniciou sua fala conceituando a transexualidade, que são pessoas que não se identificam com os padrões do seu próprio corpo, e as dificuldades encontradas em assumir a identidade legal de gênero. Fazendo uso do microfone, Danilo Oliveira, estudante de Serviço Social, falou sobre as cirurgias de transgenitalização (mudança de sexo), o reconhecimento do novo sexo e a inserção na sociedade e a importância do apoio dos profissionais psicanalistas.

O militante do movimento LGBT e acadêmico de Direito da UFG de Goiânia, Gustavo Borges, trouxe para a roda os conceitos de alteridade (colocar-se no lugar do outro), cisgênero (identificação com o gênero de nascença) e heteronormatividade (quando orientações sexuais diferentes da heterossexual são marginalizadas, ignoradas ou perseguidas); bem como falou um pouco sobre os direitos negados às pessoas transexuais, teoria queer (gíria inglesa para
“estranho" ou "esquisito") e transexualidade.

 

Obstáculos

Em seguida, a professora Maia Meire de Carvalho destacou as dificuldades encontradas pelos trans para permanência nas escolas, sugeriu aos presentes a leitura do livro “Viagem Solitária”, em que o autor, João Nery foi o primeiro homem trans a fazer a mudança de sexo em 1987; e assistir o documentário Bombadeira, que mostra a situação das mulheres trans e que ao final de dois anos de gravações, das 7 entrevistadas, apenas uma delas estava viva. Tratou também do despreparo das escolas na acolhida dos trans.

Em seu discurso, a professora Silvana Beline falou que dos contextos simbólicos emitidos pela mídia, da noção de família e disse estar pensativa se de 4o a mídia não seria o único poder vigente, capaz de manipular e até impor decisões judiciais. Segundo ela, é necessário desconstruir esse poder, que mata.

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Apoio

Professora do Ensino Fundamental e Médio do Estado, Renata Ribeiro participou da palestra motivada por alunos com caraterísticas trans. Segundo ela, a escola não está preparada para receber estes públicos. “Preocupo-me com eles e quero levar o que eu aprendi para a sala de aula, entender melhor e trabalhar o tema sem agredi-los, pois antes de ser mulher, homem ou trans eles são seres humanos”, reiterou Renata, que levou a filha de 15 anos para assistir à roda.

Para a assistente social Lorrane Godoy o evento também é uma forma de militância. “A comunidade vilaboense vê a transexualidade como um tabu e muitos são marginalizados. É importantíssimo quebrar esses estigmatismos”, afirmou.

Contatação feita também por uma das organizadoras da roda. Segundo Beatriz Nunes, a transexualidade é um tema que merece mais atenção. “Por não ser muito discutido, precisamos ler e entender os textos teóricos para dar o nosso melhor”, finalizou.

A 2a roda de conversa contou com o apoio dos Centros Acadêmicos XI de Maio (CAXIM) do Direito e Carlos Marighella (UFG) da Regional.

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Fonte: Weberson Dias/ ASCOM da UFG Regional Goiás

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