Confira a programação do 24º Festival Internacional de Cinema Ambiental

Neste mês de junho, entre os dias 13 a 18 de junho de 2023, acontecerá o 24º Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA) na cidade de Goiás/GO. O primeiro festival de cinema de temática ambiental do Brasil, e um dos primeiros no mundo, mantém-se como um dos principais eventos da categoria nacional e internacionalmente.

A exibição dos filmes é feita no Cineteatro São Joaquim, localizado no centro histórico da cidade. Uma reunião de produções que tratam da relação entre o ser humano e a natureza, o FICA torna-se um palco aberto para discussões e debates ambientais de alto nível. Na presença de notáveis pensadores e articuladores internacionais, o foco é a abordagem do presente e o futuro do planeta e da humanidade. Com isso, o cinema do estado de Goiás é colocado como um fundamental elemento em desenvolvimento, pois ao longo de 24 anos tem exibido filmes goianos e fomentado a formação de profissionais na área e o networking.

A cidade de Goiás é Patrimônio Mundial da humanidade devido ao seu conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro histórico de Goiás, tombado pelo Iphan no ano de 1978 e reconhecido pela UNESCO em dezembro de 2001. A cidade é fruto da ocupação e da colonização do Brasil Central nos séculos XVIII e XIX, com suas origens intimamente ligadas à história dos bandeirantes que partiram para a exploração do interior do território brasileiro. Sendo assim, Goiás traz as características de uma arquitetura predominantemente barroca, tradições culturais seculares e a presença exuberante da natureza circundante. O Festival é inseparável da Cidade de Goiás, pois foi parte importante do processo de reconhecimento da cidade como patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, além de uma contribuição ativa com a economia e a cultura da antiga capital do estado, parceira de sua realização.

A 24º edição do festival tem como tema "Cerrado e Amazônia – Dois Territórios, um só Futuro". É sabido que as mudanças climáticas são uma realidade que afetam o cotidiano da vida humana, especialmente àqueles que se encontram em vulnerabilidade social, podendo ser lida como uma encruzilhada ambiental. Deslizamentos, ondas de calor, enchentes, inundações, alterações no sentido dos ventos e das precipitações são fatores que afetam o meio ambiente de maneira geral, sobretudo a produção agrícola. Por isso, não há dificuldade em observar este cenário, no contexto brasileiro, quando focalizado à população de classe econômica baixa. A precariedade de moradias e a dificuldade de acesso a serviços públicos de qualidade são fatores de risco para a vida humana, em que é possível visualizar os impactos climáticos como uma consequência do desequilíbrio provocado no planeta ao longo dos anos. Nessa conjuntura o Brasil possui responsabilidades devido aos biomas existes em seu território e sua função na regulação do clima e estocagem de carbono, além de estar na posição de um dos maiores fornecedores globais de alimentos e matérias-primas. 

Com atenção internacional, a Amazônia encontra-se no radar ambiental cabido ao assustador acréscimo da conversão de florestas. Foram mais de 35 mil km² desmatados nos últimos quatro anos. Como parte de uma perversa lógica, essa devastação coloca em risco populações inteiras estimuladas a ocupar novas frentes, e envolve grilagem de terras públicas, comércio ilegal de madeira e mineração criminosa, com o cenário de genocídio que testemunhamos estarrecidos entre os Yanomami. A Amazônia é apenas uma face do problema e – da solução - para a mitigação das mudanças climáticas. À sua volta, estendem-se os 2,2 milhões de km² do Cerrado brasileiro, reconhecido como um hotspot de biodiversidade.

Cerrado e Amazônia estão umbilicalmente conectados e compartilham infinitos e complexos processos em seus ciclos climáticos e biogeoquímicos. Portanto, as mudanças no uso da terra no Cerrado afetam a Amazônia e a integridade de seus ecossistemas. De maneira muito direta, mudanças na sazonalidade climática tendem a afetar o ciclo da água no cerrado e sua capacidade de retenção para abastecimento das três grandes bacias brasileiras. São dois territórios e dois biomas, mas um único planeta e um só futuro. O que acontecer com o Cerrado afetará radicalmente a Amazônia e vice-versa. Para isso, é necessário que paremos de separá-los.

É com esta bagagem de discussão e um cronograma de atividades imperdíveis que o 24º FICA toma força. Para ficar por dentro de toda a programação do Festival clique aqui ou acesse o site do evento.