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Regional dá sequencia ao 2º dia de Conepec

Por weberson dias. Em 19/06/19 09:22.

Nesta terça-feira, dia 18, a Regional Goiás deu continuidade à programação do 2º dia do VIII Conepec, o Congresso de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura da regional da UFG.

Pela manhã, o evento ocorreu em dois lugares concomitantemente: na Biblioteca Cajuí e na Unidade de Ciências Humanas. No primeiro espaço aconteceram dois minicursos, dentre eles, um sobre Fontes de Informação on-line ministrado pela coordenadora da Biblioteca, Esdra Basílio, no qual foram repassados aos estudantes e técnicos conceitos relevantes, sites acadêmicos e normas da ABNT. “O minicurso é importante para que os estudantes encontrem informações com maior crédito disponíveis em revistas científicas e saibam manuseá-las”, lembrou.

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Luta contra o racismo

Na UAECH também teve programação. De manhã deram continuidade a dois minicursos, oficina e apresentação de jongo. Também iniciou o minicurso sobre a análise sociojurídica do discurso de ódio.

Pelo segundo dia, a estudante Sara Ribeiro participou do minicurso “Hetero e autoidentificação racial”. “A historicidade [deste minicurso] nos dará arcabouço teórico para entendermos as atuais configurações da sociedade brasileira e de que forma as pessoas negras estão inseridas e/ou que lugares ocupam nesse processo, as políticas públicas, em especial as ações afirmativas, e as expressões do racismo, mostrando como ele historicamente vem silenciando, matando e exterminando as pessoas negras”, pontuou, sublinhando que a universidade precisa contribuir na luta contra o racismo.

Elenízia da Mata, que discorreu também sobre o racismo no minicurso “Análise sociojurídica do discurso de ódio e o STF” e agradeceu e exaltoua a universidade pelo zelo e o cuidado de tratar de uma temática tão necessária e relevante como a discussão do discurso de ódio. “A universidade deve continuar derrubando muros e criando oportunidades pra que as pessoas possam pensar melhor a si próprias e também com relação a sua comunidade”, frisou ela.

Quem também esteve no minicurso em questão foi o estudante da Turma de Direito Fidel Castro, William Clementino, que automaticamente lembrou-se da filha mais nova que fazia sete anos de idade ontem.  “Eu ouvi justamente na festa de comemoração do aniversário dela que ela é uma ‘negra linda’. Por mais que isso possa parecer momentaneamente carinhoso, reforça o preconceito, a marginalização do povo preto”, lamentou.

 

Multidisciplinaridade

No período da tarde, aconteceram as apresentações de trabalho na Unidade de Ciências Sociais Aplicadas. A coordenadora de graduação da Regional, Carina Folena, destacou, após a Roda de Conversa a importância do compartilhar experiências e visões de mundo em um espaço de hierarquia horizontalizado. “A partir daqui, começamos a ver interfaces entre o que estávamos fazendo, o que estávamos recrutando e o que estavam acontecendo aos outros”, observou, destacando que participaram estudantes e professores dos cursos de Serviço Social, Arquitetura e Urbanismo e Educação do Campo.

 

Filosofia Afroperspectivista

A segunda Conferência do Conepec foi ministrada pelo professor de Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Renato Nogueira, que tratou sobre a infância em afroperspectiva, a partir das 19h30, no Cine Teatro São Joaquim.

Em entrevista, antes da palestra, o professor afirmou que seu trabalho está na intersecção do conhecimento (ensino, pesquisa e extensão), assim como está também no campo das artes e da cultura. Lembrou que pretendia fazer uma reflexão teórica e política. “Isso tem uma relação direta com aquilo que a gente pode pensar para e com a educação. Meu interesse é contribuir para a gente discutir, debater e conversar sobre educação”, adiantou Nogueira.

Durante sua conferência, o professor utilizou em sua grande maioria autores negros das Ciências Sociais, tais como Abdias do Nascimento, Molefi Asanti e Sandra Benites. A partir deles, destacou tese: que o papel da escola é impedir que as pessoas cresçam, ou seja, mantenham-se sempre crianças e observem o mundo a partir de um ponto de vista infantil, capaz de deixar a todos num “estado de infância”, que sempre deve ser revisitado, mantido.

O autor apresentou ainda a idéia de infância como conceito filosófico. Para ele, a apropriação deste “estado de vida infantil” é uma forma nos aproximar do mundo e criar outras maneiras de nos relacionarmos. É este estado que viabiliza a conexão com a natureza. Para o professor, é este “estado brincante de infância” que contribui para o estado democrático de uma sociedade.

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Show

À noite, por volta das 21h30, aconteceu a apresentação cultural com Saracura do Brejo e Dieck Rosinha, além de show com a banda conterrânea Cambalombra, ambas no Mercado Municipal.

 

Contribuíram nesta reportagem:

Texto: Ana Maria Oliveira (Serviço Social) e Janayna Oliveira (Direito)

Fotografias: Nicoli Ferreira (Direito), Cáritha Bueno (Direito)

Fonte: Weberson Dias

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